Amor que não cabe no coração
Amor que não cabe no coração. Um grupo de moradores do Caiçara não mede esforços para proteger animais que peregrinam pelo bairro. A recepcionista Gilvana Almeida, de 40 anos, a cantora Lucinéia Toledo, de 50, e a vendedora de produtos de beleza Thelma Vieites, de 66, são exemplos de como o ser humano deve ajudar animais indefesos. As três e outros amigos cuidam de 18 gatos de rua que vivem na ladeira da Heroína Maria Quitéria.
Diariamente, colocam água e ração para os amiguinhos. Também fazem a contagem para monitorá-los. Quando um deles adoece, claro, é levado ao veterinário. Por iniciativa delas e amigos, quase todos foram castrados na Zoonoses.
A primeira intenção das três é sempre encontrar um novo lar para animais indefesos, mas elas entendem que, quando isso não é possível, o melhor é castrar os pets e oferecer os cuidados, como alimentação e água, na rua mesmo.
“Infelizmente, não há como retirar todos os animais das ruas. Mas a população pode ajudá-los a ter uma vida melhor. Como? Colocando água e alimentação para eles. Eu, por exemplo, compro mensalmente dois sacos de ração. Tenho ajuda de outras pessoas”, desejou Gilvana, dona de Mandachuva, um gato resgatado por ela.
“Quando abandonado, notei que era um gato criado em casa. O resgatei para adoção. Tomei muito amor e fiquei com ele. É castrado e sadio”.
A recepcionista é quem conta a história de como os 18 gatinhos chegaram à Heroína Maria Quitéria: “Em 2013, um amigo nosso, o Jamil resgatou alguns bichanos que pertenciam a uma senhora e ela não os queria mais. Levou para a oficina dele. Os animais cresceram e procriaram”.
Um deles é uma gatinha danada de esperta. Uma vez, recordou Lucinéia, a amiguinha deu cria e levou os seis filhotes para o apartamento da cantora: “Levou um de cada vez, carregando pela boca. Olha a dificuldade que foi. Pulou o muro e caminhou até aquela sacada. Ela entra, dorme, sai para a rua. Conseguimos um novo lar para quatro dos seis filhotes. Os que sobraram foram castrados. Ficam no apartamento, vão para a rua. Todos são um amor”.
É o mesmo sentido que alimenta o coração de Thelma. Além dos 18 peludinhos que ela ajuda a monitorar na rua, a vendedora de cosméticos cria cinco gatinhos. “Todos, quando pequenos, foram alimentados na mamadeira”. Aliás, as amigas colecionam histórias de pets resgatados em situações que levam muita gente às lágrimas.
“Esta cadelinha, a Petit, foi abandonada porque nasceu com um defeito na patinha. Uma senhora a adotou, mas ela teve um AVC e não pôde continuar com a cachorrinha. Então eu a levei para minha casa”, contou disse Lucinéia. Petit agradece o carinho recebido diariamente abanando o rabo. O semblante do animal não deixa dúvida: é amor que não se pode medir.Gilvana também adotou um cãozinho, Bob, que veio com ela de São Paulo. Estão juntos há 10 anos. Esperto, ele adora passear com a recepcionista.
Parte desta história foi contada na versão impressa do Jornal do Padre Eustáquio, que teve a primeira edição lançada no fim de janeiro de 2018.
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