Fim do transtorno
Enfim uma demanda antiga de muitas famílias do Padre Eustáquio será atendida. Trata-se da revogação de uma regulamentação criada há mais de 30 anos para beneficiar a cidade, mas que, na prática, só causou dor de cabeça a cerca de três mil famílias do terceiro bairro mais populoso de BH.
Naquela época, a PBH planejou construir um túnel da Tereza Cristina à Pedro II. O trajeto passaria por baixo de ruas como a Ernesto Carneiro, a Castro Caldas e a Professor Raphael Hardy. Uma das entradas seria próxima à atual 9ª companhia da PM, na Tereza Cristina. A outra seria na Pedro II, quase no Anel Rodoviário.
Uma obra faraônica que nunca saiu do papel e que sempre causou transtorno, pois, como requisito para a abertura do túnel, a prefeitura aprovou normas proibindo a construção de imóveis e a ampliação dos já existentes no caminho previsto para a passagem subterrânea.
Uma das intenções foi evitar o salto nas indenizações que deveriam ser pagas a donos de lotes vagos e aos proprietários de imóveis já erguidos à época, uma vez que moradias precisariam ser derrubadas para garantir a viabilidade do túnel. Ocorre que a megaobra não saiu do papel e os moradores ficaram no prejuízo. Não foram indenizados e até hoje, oficialmente, não podem construir ou ampliar edificações.
“Um atraso que prejudicou muita gente. Estou falando de três mil famílias mais ou menos. Por causa disso, as pessoas têm dificuldade em vender seus imóveis. Afinal, quem vai querer comprar uma construção ou um terreno com restrição imposta pelo poder público?”, explicou o vereador Orlei, vice-presidente da Câmara Municipal.
Mas Orlei tem boa notícia: “Após conversar com moradores, levei a situação ao prefeito de Belo Horizonte e o Alexandre Kalil entendeu a questão. E assumiu o compromisso de revogar esta regulamentação. Com isso, haverá uma melhoria até na economia da região, pois, a partir de então, imóveis poderão ser vendidos com maior facilidade”.
O parlamentar conta que os moradores prejudicados têm toda documentação dos imóveis, mas a limitação imposta há mais de 30 anos dificulta a venda. Em muitos casos, o preço caiu pela metade. É o caso do lote do aposentado Matozinho Ribeiro, de 63 anos: “O terreno deveria valer em torno de R$ 600 mil, mas não consigo mais do que R$ 300 mil”.
Matozinho não vê a hora do transtorno ter um fim. “Com esforço nosso e o entendimento do Kalil, o problema terá um fim”, comemora o vereador.
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