Saborosa história da pizzaria Nino
Era julho de 1987 quando os primos Marcelo e Cléber, que ganhavam a vida como balconistas no depósito Malta, decidiram atravessar a praça Geraldo Torres para comprar a Nino, então uma pequena pizzaria inaugurada em agosto de 1982 e que estava fechada havia uma semana. Começava ali uma saborosa história de sucesso no Padre Eustáquio.
Mas não foi uma tarefa fácil transformar o pequeno empreendimento na principal pizzaria da região e numa das mais tradicionais de Belo Horizonte. A primeira decisão dos primos foi manter o nome, inspirado no personagem da novela “Nino, o italianinho”, protagonizada por Juca de Oliveira na extinta TV Tupi de maio de 1969 a julho de 1970.
Assim como o personagem, que também era comerciante, eles não mediram esforços para conquistar uma clientela exigente. Para isso, decidiram que inovação sempre faria parte da trajetória da Nino. Foi aí que decidiram oferecer um serviço que, naquela época, era novidade por essas bandas da capital.
Quem conta é próprio Marcelo: “Somos pioneiros no serviço de entrega em domicílio. O Cléber ficava no caixa e eu levava as pizzas”. Também apostaram num cardápio diversificado – hoje são 26 sabores de pizzas – e que dá água na boca. Resultado: a clientela foi crescendo… E o espaço ficando pequeno.
Os primos, então, expandiram a pizzaria. O atual salão, com capacidade para 400 pessoas, se tornou mais que um ponto de encontro de famílias. O local coleciona histórias de vidas. Nele, muita gente comemorou formatura, aniversário, promoção no emprego, noivado e casamento (a reportagem continua após as fotos).
A moradora Cida Soares Lopes se recorda de uma data especial: “Fiquei noiva, em 2004, na Nino”. Alexandre Magno, outro morador do bairro, também tem história para contar. No último domingo, ele reuniu amigos e parentes para comemorar mais um aniversário. “Aqui é um lugar agradável. Eu e minha esposa, Ana Carolina, adoramos”.
Já a diversão da pequena Ana Júlia, filha do casal, é o Ninito, espaço kids, no salão principal, com escorregador, brinquedos eletrônicos, mesas para desenho… Tudo aos olhos atentos de ao menos um monitor. Aliás, a pizzaria reaberta por dois ex-balconistas emprega, atualmente, cerca de 50 pessoas (a reportagem continua após a foto).
Mas os sócios continuam com as mãos na massa. Cléber, por exemplo, vai à Ceasa todas as manhãs, por volta das 6h, garantir mercadorias frescas. Enquanto isso, Marcelo cuida do administrativo. Ambos ainda percorrem o salão para conferir a qualidade de mercadorias e do serviço. Percorrem o estacionamento, com capacidade para cerca de 100 veículos, e proseam com antigos clientes (a reportagem continua após a foto).
Do salão, os sócios avistam o antigo depósito Malta. E, claro, a praça Geraldo Torres, que um dia atravessaram para comprar um pequeno empreendimento. A fama da pizzaria cresceu tanto que, hoje, a praça tida como cartão-postal do bairro é mais conhecida, carinhosamente, como pracinha do Nino.
Afinal, nas mãos de Marcelo e Cléber, a Nino colocou o Padre Eustáquio no roteiro gastronômico das pizzas de qualidade.
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