Vamos falar de leitura e literatura infantil?
Olá, amiga leitora e amigo leitor. A partir de hoje, convido vocês a acompanharem minha coluna no Jornal do Padre Eustáquio. Como o título do texto diz, aqui vou conversar com vocês a respeito da literatura infantil, da importância da leitura. Trarei dicas de livros e como fazer uma mediação de leitura.
Peço licença para me apresentar, falando um pouco da minha trajetória como leitor e da paixão pelos livros, especialmente pela literatura infantil e contação de histórias com crianças.
Muitas pessoas me perguntam se meu gosto pela leitura começou quando criança. Minha resposta é: não. E muitas vezes causa espanto, pois há quem acredite que o gosto pela leitura se dá unicamente na infância, claro que é importante a formação do leitor desde a mais tenra infância. Aliás, tratarei desse assunto no próximo texto.
Durante minha infância e até os 14 anos, eu lia apenas os livros recomendados pela escola, ou seja, não era um leitor que lia por prazer ou gosto. Mas essa história mudou na minha adolescência.
Meu despertar para a leitura aconteceu no aflorar da adolescência, de 14 para 15 anos. Eu dividia o quarto com um irmão ( tenho dois e duas irmãs). Lá, havia uma estante com livros do meu irmão, o que me despertava curiosidade e interesse. Eu, então, pedia os livros emprestados e ele sempre negava. Nunca perguntei o motivo.
À noite, ele sempre saia para o trabalho e eu aproveitava para adentrar nas páginas daqueles livros sem que ele soubesse. Recordo-me ainda o primeiro título que li às escondidas: O voo da águia, de Ken Follet, e logo depois A metamorfose, de Franz Kafka.
Essa história de ler às escondidas despertou em mim o prazer pela leitura. Havia nos anos 1980 uma locadora de livros na Avenida Getúlio Vargas, na Savassi. Quem me apresentou foi um amigo e, então, me tornei sócio. Lia dois títulos por semana. Foi assim por um ano. Quer dizer que você parou de ler?
Não, na verdade quando completei 15 anos comecei a trabalhar e a partir de então passei a comprar 4 livros por mês. Mesclava as leituras com os livros da locadora, que fechou as portas.
Eam 1987, passei a frequentar a Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa, na praça da Liberdade, sem, no entanto, cessar de comprar meu quatro livros por mês. Mas o que você lia? Eu gostava e ainda hoje gosto dos grandes clássicos da literatura brasileira e mundial: Herman Hesse, Guimarães Rosa, Clarice Lispector, Dostoiévski, Kafka, Machado de Assis, Cecília Meireles.
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Em 1991, iniciei o curso de formação de atores no Teatro Universitário da UFMG, terminando em 1994, o que ampliou ainda mais minha leitura. Só que agora voltada aos textos teatrais.
Após a formação de ator passei a frequentar cursos livres voltados à formação literária e fiz curso de filosofia clássica na Instituição Nova Acrópole. Em 2002, me formei em filosofia pela PUC Minas e dei continuidade nos estudos, ingressando em um curso de formação em psicanálise.
Passei por duas pós-graduações: uma em psicopedagogia e outra em direitos humanos e cidadania. Mas, Paulo, até aqui você ainda não falou do seu gosto pela literatura infantil e pela contação de histórias para criança.
Então vamos lá. Em 1995, comecei a contar histórias para crianças e isso me levou ao universo literário infantil.
Hoje, leio de cinco a sete títulos infantis por semana e tenho uma biblioteca infantil com aproximadamente 750 livros. Em 2015, dei início a um trabalho de indicação de livros semanalmente no Youtube, onde mantenho o canal “Ler é criar asas” com a intenção de fomentar a leitura e contribuir na escolha de livros de pais, mães e profissionais da educação.
Espero que você tenha chegado até aqui e, se chegou, agradeço pela sua leitura e espero que possamos estar juntos semanalmente sempre com um texto novo. E se desejar sugerir alguma obra ou fazer perguntas, fique à vontade, pois este espaço é nosso.
Um forte abraço e até a próxima semana!