Quando o seu imposto é mau usado

É da janela do alto de uma das torres do conjunto Santos Dumont, no bairro Padre Eustáquio, que um antigo morador observa, indignado, dezenas de veículos novos e antigos colecionarem poeira num pátio do governo de Minas Gerais às margens da avenida Tereza Cristina.

Veículos são tomados pelo mato. Foto: Paulo Henrique Lobato

“Olha lá: há ambulâncias, vans,- ônibus, caminhonetes, caminhões… Há novos e antigos. Os mais velhos estão sendo tomados pelo mato. É uma vergonha! É o nosso imposto jogado fora. As coisas têm de mudar”, cobrou o senhor – que prefere o anonimato – enquanto aponta para a frota imóvel e que pertence à Secretaria de Estado da Saúde (SES).

Outra moradora do bairro, mas que reside no conjunto Tereza Cristina, também vizinho ao pátio, está inconsolável com a situação. “Alguns carros estão parados aí desde o ano passado. Estão estragados, batidos, sem condição de uso. É preciso que tenham um destino. O governo deveria consertá-los ou leiloá-los”, reclama a mulher, que também prefere manter a identidade em sigilo.

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Ela teme que os veículos estacionados no local e que não funcionam mais podem se tornar criadouros do Aedes Aegipty, o transmissor da dengue, na época de chuva: “Imagine só o perigo ao qual estamos expostos, pois o pátio não é coberto. Se cair água, pode se acumular lá”.

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Outro lado

Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais informou que “os referidos veículos estão acondicionados no núcleo de transportes da SES-MG, no pátio da Tereza Cristina. Os veículos, dentre caminhões, vans caminhonetes, carros para o transporte de passageiros, estão em pleno funcionamento e são utilizados para os serviços realizados pelos funcionários do Nível Central da secretaria. Já em relação aos veículos que foram recolhidos em municípios e regionais de saúde, por não mais poderem ser utilizados em serviços, serão destinados a leilão”.

A SES, contudo, não informou previsão para leilão dos veículos impedidos de rodar.