Caminhada pela segurança
Moradores e comerciantes do Padre Eustáquio, Carlos Prates, Caiçara, Minas Brasil e Coração Eucarístico saíram em passeata, na manhã deste sábado (5/8), contra a decisão do governo em fechar a 9ª companhia da Polícia Militar, na Via-Expressa, e a 21ª, na Pedro II.
Até dezembro, o estado pretende substituir 10 das 24 cias em Belo Horizonte por 86 bases móveis (vans e motos).
O governo justifica que a mudança irá melhorar a segurança pública na capital, mas moradores, comerciantes e lideranças regionais contestam a tese.
Alegam que um dos motivos é a falta de recurso do governo em manter todas as companhias.
“Se fechar a 9ª cia, certamente a violência irá aumentar. A unidade fica na Via-Expressa, que é rota de fuga de criminosos. Além disso, a cia funciona 24 horas em um imóvel próprio. Já as bases funcionarão das 6h às 2h”, reclamou o autônomo André Felipe Evangelista Frade, de 31 anos.
Ele foi um dos organizadores do ato na manhã de sábado. Com um megafone, convocou moradores e comerciantes a defenderem seus direitos.
A professora Vanessa Regina Freitas, coordenadora de uma rede de WhatSapp no Padre Eustáquio voltada para a segurança pública, também esteve à frente do movimento: “As bases devem ser complementares às cias”.
O ato começou às 9h em frente ao santuário Sagrados Corações, no Padre Eustáquio. O professor Paulo Medeiros, de 29 anos, chegou cedo. Morador do Coração Eucarístico, ele já foi vítima de assalto a mão armada.
“Dois rapazes chegaram num carro e pediram informação a mim e a mais três amigos. Quando nos aproximamos, um dos criminosos sacou o revólver e anunciou o assalto. Foi dose. Levaram pertences caros. A 9ª cia não pode fechar, pois está em um ponto estratégico”, desabafou.
A cia foi instalada em 2014, numa iniciativa de lideranças municiais, como o vereador Orlei, que também participou da passeata. “Não sou contrário às bases móveis. Sou a favor de que elas sejam um complemento às companhias”, disse o parlamentar.
Orlei foi um dos responsáveis por uma audiência pública na Câmara Municipal, em julho, para discutir o assunto. No mesmo mês, outra audiência ocorreu na Assembleia Legislativa. Nelas, os moradores tiveram uma vitória parcial.
O comando da PM garantiu que as bases vão funcionar, em princípio, paralelamente às companhias. Clique aqui para relembrar o assunto.
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