Centro Cultural vai para Carlos Prates ou fica no Padreco?

Após o Jornal do Padre Eustáquio publicar com exclusividade o interesse da PBH em transferir o Centro Cultural do bairro (CCPE) para o vizinho Carlos Prates, num imóvel a ser erguido em frente à praça São Francisco das Chagas, moradores protestaram e organizaram uma petição pública contra a ideia. Uma minoria, contudo, deseja a mudança.

A transferência do CCPE, criado em 2008 com recurso do Orçamento Participativo, faz parte da proposta da prefeitura em entregar a Feira Coberta à iniciativa privada por 25 anos. Como Centro Cultural funciona na Feira Coberta, o município avaliou que a mudança é necessária para ampliar o espaço dos feirantes e atrair mais interessados na licitação

O Projeto de Lei em questão é o 747/19. Já foi aprovado em primeiro turno na Câmara Municipal. Pela proposta da PBH, o novo Centro Cultural funcionará na rua Padre Eustáquio, 120, no mesmo lote que abrigou o cine Azteca. Jogado ao chão, o cinema de lugar a um lote vago com vista para a Serra do Curral. Se a transferência ocorrer, o CCPE só sairá da Feira quando o novo espaço físico estiver pronto para recebê-lo.

Usuários do CCPE reclamam da falta de diálogo da PBH. Em novembro, o vereador Arnaldo Godoy, que votou contra o 747, realizou audiência pública na Feira. Dezenas de pessoas criticaram não só a a ideia da mudança do espaço cultural como a entrega da Feira Coberta com base no 747.

“Estamos indignados com falta de diálogo, além da questão de trocar um espaço de cultura, educação e entretenimento e até de saúde por um comercial, que nem é demanda da comunidade. Por mês, cerca de três mil pessoas usam o CCPE para atividades como dança, teatro, música, poesia, yoga, artes plásticas…”, disse Thaís Alvarenga, uma das organizadoras do abaixo-assinado.

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Ela defende que “a revitalização da Feira não necessita da saída do CCPE”: “Queremos uma emenda (ao 747) que mantenha o CCPE na Feira. Não atrapalharia a concessão. Ao revés: ajudaria a trazer mais pessoas para o novo espaço”.

Mas nem todos pensam assim. Moradores do Carlos Prates avaliam que a mudança do CCPE irá valorizar os dois bairros: “Será bom para o Padre Eustáquio, porque a Feira será revitalizada. Para nós, o CCPE trará mais vida ao bairro”, disse um usuário do Centro Cultural que mora no Carlos Prates e prefere o anonimato.

Bárbara Boff, a representante da PBH que participou da audiência pública no CCPE, disse que o município “tem um centro cutural absolutamente ativo e que interessa (à administração) garantir todos os serviços ofertados por ele”: “Qualquer coisa que aconteça, precisamos pensar em melhorias”.

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