Editorial: Por trás de uma história, há várias
Por trás do acidente de trânsito que impressionou quem passou na manhã de 10 de janeiro na esquina da Rio Pomba com a Henrique Gorceix, no Padre Eustáquio, uma combinação de fatores: ação de criminosos, imprudência de parte da própria população, prejuízo ao bolso do contribuinte e morosidade do poder público em solucionar problemas que afetam o cotidiano do contribuinte.
A batida entre os veículos na foto que ilustra este editorial ocorreu após os semáforos no local serem desligados: bandidos furtaram os cabos que alimentam os equipamentos. Este é o exemplo da ação de criminosos. Por sorte, as duas motoristas não se feriram.
Mais de 1 mil acidentes de trânsito no Padre Eustáquio em 2017
Os semáforos foram instalados em dezembro e foram alvos de bandidos 15 dias depois de entrarem em operação. Levaram quase um mês para serem religados. Este é o exemplo da morosidade do poder público em dar resposta rápida à sociedade.
Neste intervalo, a BHTrans instalou no local placas de parada obrigatória. Mas muitos motoristas desrespeitaram a sinalização. Resultado: acidentes foram registrados. Aqui, exemplos de imprudência por parte da população.
Em nota, a BHTrans informou que “procura tomar todas as medidas necessárias o mais rapidamente possível para restabelecer a sinalização” e “, como forma de prevenção contra atos de vandalismo, tem buscado substituir materiais com menor atratividade, como por exemplo, o plástico nos focos dos semáforos para pedestres”.
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A empresa pública informou ainda que, em 2018, registrou 527 ocorrências de furto de cabos em semáforos: 75 mil metros de fios foram surrupiados, num prejuízo estimado em R$ 302,7 mil. Exemplo de prejuízo ao contribuinte.
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Passarela
Mas o valor é muito maior, pois boa parte dos cabos furtados são da Cemig e não estão na matemática acima. Ainda em janeiro, a ação de criminosos prejudicou usuários da passarela entre o Padreco e a estação do metrô no Calafate, onde os cabos dos postes de iluminação pública foram levados.
Coronel José Benjamim, a rua do fazendeiro
À noite, pedestres enfrentaram o receio da mesma escuridão que protege bandidos. Mais uma vez, o poder público não conseguiu repor os cabos com a mesma rapidez exigida pela população. Até quando esta combinação de fatores irá prejudicar a população?
Furto de cabos em semáforos de BH (BHTrans):
2018: 75 mil metros de cabo – R$ 302.721,51
2017: 29 mil metros de cabo – R$ 116.004,00