Grade contra as drogas

Após muita polêmica sobre a instalação da grade na praça em frente ao Santuário Saúde e Paz, a revelação: algumas pessoas – a maioria moradores em situação de rua – consumiam drogas no cartão-postal do bairro Padre Eustáquio.

Após a saída da base comunitária da Polícia Militar, que fica no local das 14h30 à meia-noite, um grupo de homens e mulheres usavam uma lixeira de ferro como churrasqueira e, entre um goles de aguardente e outras bebidas quentes, ascendiam cigarros de maconha.

foto: Paulo Henrique Lobato

Daí a necessidade da instalação da cerca, cujos portões passaram a ser trancados, diariamente, no período noturno, após as atividades da igreja, e reabertos às 6h. A permanência dos moradores em situação foi proibida neste horário, mas eles não ficaram desemparados. Todos foram convidados a se tratarem em instituições ligadas à igreja católica. Ao menos cinco deles foram encaminhados à Família de Caná, reconhecida internacionalmente pelo serviço de apoio aos dependentes químicos.

“O problema das drogas estava sério. Há poucas semanas, numa briga entre moradores em situação de rua, uma pessoa foi agredida (com uma garrafada). Devido a gravidade, o Samu precisou ser chamado”, contou Antônio Perdigão, voluntário no santuário e integrante da São Vicente de Paulo.

Ele e outros vicentinos, com apoio dos padres do bairros, conseguiram o tratamento para os moradores em situação de rua.

“Nenhum deles ficará desamparado. Mas só podemos ajudar quem deseja ser ajudado. Não podemos pegar uma pessoa a força e levá-la para uma instituição de recuperação. Aqueles que não desejarem ser ajudados não poderão permanecer na praça no horário em que os portões estiverem fechados”, disse o vicentino.

Clique aqui para ler notícias do carnaval na região

A instalação da grade é o primeiro passo para a recuperação do paisagismo na praça. Os vicentinos estão atrás de apoiadores para revitalizar os jardins.

Esclarecimento
Muita gente se pergunta o porquê de a base da PM ter sido transferida, na própria praça, para um local apelidado de puxadinho. O motivo é o seguinte: em razão da instalação da cerca na praça, a Van não poderia ficar no lugar anterior, pois caracterizaria segurança pública num espaço privado. O puxadinho, na teoria, é um espaço fora da praça. Do contrário, corria risco de a base ser transferida para outro endereço.