Livro tem idade?

Paulo Fernandes – Olá, pessoal!

Segundo Antônio Cândido, crítico literário brasileiro, a literatura tem uma função psicológica, já que sua
produção e fruição baseiam-se numa espécie de necessidade universal de ficção e fantasia para a vida
humana.

Foto: Divulgação

A literatura infantil possibilita às crianças o encontro com a arte, o belo e desperta o gosto literário.
Nesse sentido, contribui com o equilíbrio emocional e forma valores éticos nos pequenos leitores.

No Brasil, quando falamos de literatura infantil, é importante lembrar que Monteiro Lobato foi um marco
no ramo editorial, tendo assumido os papéis de escritor, editor e distribuidor. Vale ainda ressaltar que
ele esteve à frente de empreendimentos de sucesso como a Companhia Editora Nacional, fundada em
1925.

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O tempo passou e o Brasil continua produzindo livros para crianças como nunca. O mercado editorial
infantil cresce a cada ano, o que não representa uma produção de qualidade. Uma das maneiras que o
mercado tem de garantir o consumo é a classificação etária das obras infantis.

E quando surge a preocupação com a faixa etária para os livros?

Um dos primeiros estudiosos a pensar a respeito da questão da faixa etária foi o educador e psicólogo
brasileiro Manuel Bergström Lourenço Filho que, em 1943, apontou a faixa etária como fator
determinante da destinação da literatura infantil.

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O debate acerca da classificação etária na literatura infantil conta com especialistas prós e contras. Há
quem acredite que, ao adotar a faixa etária na indicação de uma obra literária, se promova uma
nivelação arbitrária, reduzindo e limitando a vida dos livros.

Por outro lado, há os que defendam a classificação etária, pois ajudam na educação infantil, uma vez
que cada fase do desenvolvimento infantil exige um tipo de leitura específico.
Mas afinal, livro tem idade?

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Acredito que é preciso ter bom senso ao escolher uma obra literária para criança, assim como penso ser
importante deixar que ela se envolva na escolha. E ao ter a obra em mãos, é importante que se realize
a leitura compartilhada, pois é fundamental que nós – pais e mães – demonstremos prazer pela leitura.
Penso ainda que ao escolher um livro infantil, precisamos estar atentos ao desenvolvimento da criança,
lembrando que o nível de maturidade de uma criança muitas vezes está ligado as experiências
vivenciadas no seio familiar.

Outro fator importante a ser lembrado é que existem histórias que atraem mais uma criança do que a
outra, sendo importante valorizar o gosto da criança antes de se ater à faixa etária e gênero.

Há também uma questão importante a ser colocada aqui: acredito ser necessário a leitura de obras e
autores considerados clássicos da Literatura infantil, como por exemplo: Ana Maria Machado, Pedro
Bandeira, Ruth Rocha, Elias José, Sylvia Orthof, Ziraldo, Tatiana Belink, Ângela Lago, Maurício de
Sousa, Lenice Pimentel, Jonas Ribeiro, André Neves, Cléo Busatto, Giba Pedroza, Celso Cisto, Almir
Mota, Benita Prieto e Daniel Munduruku .

Para finalizar uma questão não menos importante, é preciso lembrar que uma criança de 10 anos
certamente ainda não tem maturidade para ler obras como Vidas secas, de Graciliano Ramos, ou A
mão e a luva, de Machado de Assis.

Existem obras que retratam a vida de grandes nomes da Literatura Brasileira e são direcionadas às
crianças, para que elas tenham contato e conheçam a história de nomes importantes para nosso rico
acervo literário. Um dessas eu indico aqui, “ Para conhecer Machado de Assis”, de Anita Corsa, Karla
Grenberg e Lucia Grenberg.

Hoje quero agradecer a minha querida amiga Millene Bello por ter sugerido a temática abordada.
Quer sugerir um tema para coluna, enviar um comentário ou sugestão?

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Até a próxima semana.