Natal Solidário
Criado a menos de um mês do Natal, o Grupo de Empreendedores do Padre Eustáquio (Gepe) decidiu que a primeira campanha do novo coletivo pode associar solidariedade com desempenho maior nas vendas. Foi assim que o grupo decidiu patrocinar, de 1 a 22 de dezembro de 2018, o Natal Solidário.
As lojas participantes vão receber doações de alimentos não perecíveis, materiais escolares e de limpeza e higiene pessoal. Por sua vez, os clientes que aderirem à campanha preencherão cupons e concorrerão a sorteios de produtos e serviços. Os donativos serão entregues a instituições carentes da região.
“Não é preciso fazer compras para concorrer. Basta entrar em uma das lojas participantes, deixar a doação e preencher o cupom”, explicou Camila Burgarelli, proprietária da Trelelê Fantasias.
Os sorteios serão em praça pública, estratégia para divulgar as empresas que ajudam no desenvolvimento socioeconômico do bairro. E sabe quem irá retirar os cupons das urnas? Papai Noel. Por falar nele, aqui entra outro exemplo de como a união faz a força.
A diária no mercado de quem se fantasia do Bom Velhinho é R$ 150, mas cada empreendedor arcará com algo em torno de R$ 5, pois o grupo irá ratear o investimento — economia de R$ 145 para ter o nome da empresa associada à boa ação.
O próprio Papai Noel é um empreendedor. Bismarck Gouvea, o homem que interpreta o Bom Velhinho, participa de um grupo semelhante no bairro Jaraguá: “Começamos com uma turma pequena e já somos mais de 100 pessoas. Discutimos ações para o bairro, região… Todos ganham”.
Outra vantagem do grupo será com o marketing: o layout do cartaz que será fixado nas lojas e em pontos de grande movimentação na região terá custo zero, pois o serviço será feito por uma empresa que já presta serviço a um dos comerciantes do Gepe.
A redução nas despesas é sinônimo de maior aumento na margem de lucro. Em tempo de crise, qualquer quantia é válida. Ainda mais que uma pesquisa da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL-BH) apurou que o tíquete médio dos presentes no Natal de 2018 será menor do que o de 2017: de R$ 107,82 para R$ 87,80 — recuo de 18,6%.
A boa notícia é que o mesmo estudo concluiu que 70,4% dos entrevistados pretendem comprar até quatro presentes. Em 2017, foram três. “Ninguém quer deixar a data passar em branco, mesmo que seja com itens de menor valor, as pessoas buscam presentear”, comenta o presidente da entidade, Bruno Falci.
O executivo conclui: “Parte dos belo-horizontinos não recuperou totalmente seu poder de compra, reduzido nos últimos anos. Por isso, segue cautelosos no consumo”. Uma forma de driblar a crise é ajudar no social, como planeja o Gepe, o que no final poderá render bons frutos às lojas.