Bom exemplo no Caiçara

O que a Prefeitura de Belo Horizonte pode aprender com dois amigos do bairro Caiçara.

O vendedor Dênis Pereira e o comerciante Alexandre Lara Resende cansaram de esperar o município fazer a manutenção adequada na pracinha da avenida do Canal e decidiram que eles próprios deveriam custear melhorias no lugar. São eles que, quase sempre, cortam e irrigam a grama, pintam os bancos e tiram dinheiro do próprio bolso para comprar equipamentos.

Dênis e Alexandre desejam montar um jardim, mas o padrão de água precisa ser religado

“A grama estava alta, feia. Resolvi comprar uma roçadeira e a aparei. Também adquiri a tinta para dar mais vida às estruturas, como os bancos”, contou Dênis.

Para irrigar o gramado, eles buscam água em casa. Há um padrão com torneira na pracinha, mas o equipamento, na prática, está sem serventia.

Quem explica o porquê é Alexandre: “A caixa do padrão estava quebrada. Recuperamos o equipamento e colocamos até um cadeado. Pedimos à prefeitura que o religasse, pois, além de irrigar a grama, temos a intenção de plantar flores, fazer um jardim bonito… Mas nada foi feito pela PBH”.

Procurada pela reportagem, a Gerência de Manutenção da Regional Noroeste informou que “o desligamento faz parte da política da administração municipal no plano de redução e combate ao desperdício de água”.

A regional sugere aos amigos que entrem em contato com a Noroeste pelo telefone 3277-8540 ou pelo email germano@pbh.gov.br para que seja discutida a possibilidade de incluí-los no Programa Adote o Verde, no qual a iniciativa privada toma conta de espaços públicos com aval do município.

Mas os problemas no lugar não se resumem ao padrão de água e à falta de manutenção no gramado. Oficialmente, a pracinha não tem nome.

“Fazia parte da praça Francisco Vieira Filho, que fica do outro lado da avenida do Canal, mas as duas áreas foram separadas (pela via) e esta ficou sem nome. Agora é conhecida, informalmente, como a pracinha da Canal”, esclareceu Alexandre.