Rua Padre Eustáquio: 75 anos
Antigo caminho de tropeiros e boiadas, a rua Padre Eustáquio, no tradicional bairro homônimo, completou 75 anos em 28 de dezembro passado. Pode soar estranho para muita gente, uma vez que a via foi aberta, há mais de um século, com a missão de ligar Belo Horizonte a Contagem.
Então, como ela pode ter “apenas” sete décadas e meia? A história começa com a morte do padre holandês, vítima de carrapato. Para homenageá-lo, a Assembleia Legislativa aprovou o Decreto-Lei 1.005, de 28/12/1943.
Esta é a “certidão de nascimento” da rua Padre Eustáquio. Naquela época, o caminho era cercado por fazendas com campos férteis. Onde hoje é a Pedro II, corria as águas do córrego Pastinho. Debaixo da atual Tereza Cristina, o Arrudas era moradia de peixes.
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Um dos principais meios de transporte era o bonde, que tinha um ponto em frente à padaria Padre Eustáquio, fundada por Chico Leite. Mai tarde, já na segunda metade do século passado, a rua abrigou quatro cinemas: o São Carlos e o Azteca, ambos no Carlos Prates, e o Progresso e o Padre Eustáquio, no bairro em homenagem ao beato.
Tanto os cinemas quanto a linha de bonde ficaram obsoletos diante do progresso. E a rua assistiu a transformação da paisagem: fazendas deram lugar a prédios; o caminho de pedra foi coberto pelo asfalto; carros passaram a trafegar sobre o leito do Arrudas e o do Pastinho…
Polêmica
Mas nem tudo é motivo de comemoração na rua Padre Eustáquio. Muitos imóveis foram erguidos próximos à via, numa época em que o trânsito de veículos era pacato.
Em muitos trechos, a combinação calçadas estreitas e grande movimento de veículos se tornou uma armadilha para pedestres nos passeios. Sobretudo do lado direito da via, onde a frota é proibida de estacionar.
Do lado esquerdo, os carros estacionados formam uma espécie de barreira que protege os pedestres. Do lado direito, a sorte está lançada. Em dezembro, o motorista de um Gol perdeu o controle e atingiu 10 veículos do lado esquerdo (veja vídeo).
Se ele avançasse sobre a calçada direita, provavelmente teria feito vítimas. O assunto precisa ser discutido mais entre o poder público e comunidade. Que tal um encontro entre moradores e prefeitura? Envie seu comentário para nosso Instagram ou Facebook.