Valorize seu FGTS
Quem não precisa usar o FGTS para pagar dívidas poderá deixá-lo na conta, pois o rendimento, por incrível que pareça, será melhor do que aplicações como a tradicional caderneta de poupança, CDB e Selic. O do Fundo é de 3% ao ano, mas o governo, a partir de 2019, resolveu dividir com os trabalhadores 100% do lucro obtido com o benefício. Desta forma, o rendimento subirá para 6,18%.
Já a Selic, a taxa básica de juro, foi fixada pelo Conselho de Política Monetária (Copom) do Banco Central em 6% em agosto, a menor da série histórica. E o Copom sinalizou que novas quedas ocorrerão. A redução da Selic puxa para baixo a poupança, atualmente em 4,2%. Outras aplicações podem ter até rendimento maior que o FGTS, mas sobre elas incidem o Imposto de Renda e taxa de administração. No FGTS, não.
Desta forma, quem não precisa pagar dívida pode vai deixar o FGTS quieto, como Natália Coelho, que trabalha numa sorveteria no Padre Eustáquio: “Acredito que, neste momento, é a melhor opção para mim”.
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“Quinhentão” nãos mãos
O canal 1 Bilhão Educação Financeira fez uma simulação de quanto aplicações tradicionais renderão em um ano, levando-se em conta um valor inicial de R$ 1 mil.
“No caso do FGTS, com rendimento de 6,18%, o valor será de R$ 1.061,99. Na poupança, com rendimento de 4,2%, R$ 1.042,01. No Tesouro Selic, 1.046,93. No caso dos CDBs, que a partir de um ano têm uma taxa de 17,5% de Imposto de Renda, R$ 1.048,87”, informou Fabrizio Gueratto, financista do canal.
O economista Guilherme Almeida, da Fecomércio-MG, concorda que o FGTS pode estar mais atrativo, mas faz uma observação: “Não há liquidez. Se a pessoa desejar sacá-lo, só poderá fazer na escala determinada pelo governo”.
Laura Rosa, que presta serviço como vendedora na Magia Indiana, no Padreco, não é especialista em economia, mas dá uma dica importante: “Se a pessoa sacar o FGTS para investir em algo que lhe dê um retorno maior, vale a pena”.
É o caso, por exemplo, do trabalhador que faz bico como motorista de aplicativo e deseja instalar um kit gás no veículo para fugir do preço da gasolina ou do etanol. “Ou mesmo para o trabalhador, que embora funcionário, também tem uma pequena loja e deseja fazer estoque”.